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Alterações do Marcapasso no Eletrocardiograma


Os marcapassos elétricos, como todo dispositivo, podem apresentar alterações em seu funcionamento. Nesses casos, o eletrocardiograma é a primeira ferramenta com a qual contamos para detectá-las.

As disfunções dos marcapassos podem ser classificadas em distúrbios da estimulação (produção ou transmissão do estímulo), ou da detecção (defeito na detecção do estímulo cardíaco ou de falta do mesmo).

Problemas com a estimulação do marcapasso

Os distúrbios de estimulação do marcapasso ocorrem quando o estímulo elétrico do dispositivo não é produzido ou não é transmitido ao miocárdio.

Suas causas principais costumam ser a ruptura ou desprendimento do cabo, descarregamento da bateria, alteração eletrolítica ou tratamento antiarrítmico (nesses dois últimos casos, a função do marcapasso está correta, porém ele é incapaz de estimular o músculo).

Revisando: a ausência total ou parcial das espículas não significa um problema de estimulação do marcapasso, pois ele pode estar inibido por um ritmo cardíaco do paciente com uma frequência cardíaca maior.

Ausência ou intermitência das espículas do marcapasso

Ausência parcial ou total de espículas do marcapasso pode indicar a existência de problemas de condução.

Alteração do marca-passo no Eletrocardiograma, Ausência de espícula

Alteração do marcapasso: ausência de espícula de marcapasso (flecha vermelha).

No eletrocardiograma, são observados distúrbios de condução (bloqueios AV, pausas sinusais), sem que haja um estímulo de marcapasso.

Falha de captura do marcapasso

Presença de espículas de marcapasso que não produzem atividade elétrica cardíaca (ondas P ou QRS).

Alteração do marca-passo no Eletrocardiograma, Falha de Captura

Bloqueio AV completo com alteração de marcapasso DDD por falha na captura:
O marcapasso segue as ondas P (azul), sem provocar estimulação ventricular.

Nesta alteração, se observa um eletrocardiograma com o ritmo basal do paciente, junto com espículas de marcapasso que não produzem ondas.

Estimulação extra-cardíaca:

Costuma ser produzida quando há um desprendimento do eletrodo do marcapasso fazendo com que ele saia do coração, estimulando outros grupos musculares (esqueléticos ou diafragmáticos).

No eletrocardiograma, é comum ver ausência de espículas de marcapasso. Para confirmar o diagnóstico, basta realizar uma radiografia de tórax que permite ver o eletrodo mal posicionado.

Distúrbios da detecção do marcapasso

Nos distúrbios da detecção, o marcapasso não reconhece corretamente os estímulos cardíacos, seja por excesso ou por defeito.

As principais causas de distúrbios de marcapasso por detecção costumam ser por programação inadequada do dispositivo, alterações do circuito, desprendimento ou ruptura do cabo.

Inibição do marcapasso por sensibilidade excessiva (“oversensing”)

O marcapasso se inibe (não estimula) ao detectar erroneamente sinais cardíacos (detectar ondas P ou ondas T como complexos QRS) ou extra-cardíacas (artefatos, potenciais musculoesqueléticos).

Isso provoca um eletrocardiograma com espículas de marcapasso com uma frequência de estimulação inferior à programada para o dispositivo, ou ausência de espículas no ECG.

Mau funcionamento do marcapasso por sensibilidade diminuída (“undersensing”)

O marcapasso não detecta as ondas próprias, estimulando como se não houvesse ritmo subjacente.

Disfunción de Marcapasos en el Electrocardiograma, Infrasensado

Eletrocardiograma com alteração de marcapasso por sensibilidade diminuída.
O marcapasso não se inibe por QRS próprios e produz espículas (flechas vermelhas).

Se observa no eletrocardiograma com espículas de marcapasso com um ritmo constante, com algumas espículas estimuladas e outras não estimuladas, batimentos de fusão e QRS próprios no mesmo ECG.


Taquicardia e marcapasso

Taquicardia mediada pelo marcapasso

É uma taquicardia por macroreentrada, que ocorre nos marcapassos bicamerais.

O estímulo ventricular do marcapasso ascende de forma retrógrada pelo sistema de condução normal, gerando uma estimulação atrial, que é detectada pelo marcapasso, que estimula novamente o ventrículo, voltando a ascender pelo sistema de condução, perpetuando o circuito.

A taquicardia mediada pelo marcapasso é observada no eletrocardiograma como uma taquicardia com estimulação por marcapasso próxima à frequência cardíaca máxima programada do marcapasso. Ao colocar um ímã sobre o dispositivo, a taquicardia desaparece ao eliminar a detecção atrial.

Al colocar un imán sobre el dispositivo, la taquicardia desaparece al eliminar el sensado auricular.

Taquicardia conduzida pelo marcapasso

Aparecimento de uma taquicardia atrial (flutter atrial, fibrilação atrial ou taquicardia atrial) que é conduzida pelo marcapasso.

No eletrocardiograma se observa como, em uma taquicardia com estimulação ventricular por marcapasso, no caso da fibrilação atrial, se podem observar estimulações ventriculares arrítmicas.

Taquicardia induzida pelo marcapasso

A taquicardia induzida pelo marcapasso ocorre quando os sensores dos marcapassos modernos estimulam a una frequência rápida inapropriada com o movimento dos membros durante o exercício, a hiperventilação rápida, as vibrações, os ruídos baixos, a febre, a acidose ou ao realizar eletrocauterização durante uma cirurgia.

No eletrocardiograma se observa com uma frequência ventricular no limite superior da faixa so marcapasso, sobre os 160-180 bpm.

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