Síndrome Coronariana Aguda
Dentro das doenças cardiovasculares, a síndrome coronariana aguda continua sendo uma das principais causas de morte, e seu diagnóstico nos pacientes com dor torácica continua sendo um dos desafios da atualidade 1.
Dentro da síndrome coronariana aguda se diferenciam duas entidades clínicas, onde o eletrocardiograma é o teste por excelência para o seu diagnóstico.
Tipos de síndromes coronarianas agudas
Ambas entidades compartem uma base semelhante mas se diferenciam, do ponto de vista clínico, no nível de gravidade associado e na necessidade de tratamento de reperfusão urgente da síndrome coronariana aguda com com supradesnível do ST (veja IAMCST), enquanto a ausência de elevação do ST (veja SIMISSST), geralmente implica um tratamento menos agressivo no início.
Que provoca uma síndrome coronariana aguda?
Ambos os tipos de síndromes coronarianas agudas são causados, geralmente, pela ruptura de uma placa de ateroma com um processo trombótico associado, provocando uma oclusão parcial ou total da artéria coronária, produzindo diferentes níveis de dano miocárdico.
Dependendo do dano miocárdico se produzem as alterações no eletrocardiograma da síndrome coronariana aguda.
Infarto agudo do miocárdio com elevação do ST:
Geralmente se produz uma oclusão total da artéria coronária provocando isquemia miocárdica transmural e posteriormente necrose se a oclusão não é corrigida.
Sindrome coronarica acuta senza sopraslivellamento del ST:
Se produz uma oclusão parcial da artéria coronária provocando isquemia transitória (angina instável) ou persistente no endocárdio (infarto agudo sem supradesnível do ST).
Quadro clínico da síndrome coronariana aguda
A dor torácica é o sintoma clássico da síndrome coronariana aguda. Pode aparecer com os esforços ou de forma brusca na região retroesternal, pode ser de intensidade variável (desde uma simples opressão a uma dor muito intensa), de características opressivas e habitualmente irradia ao ombro, braço esquerdo, mandíbula e às costas.
No caso do SIMISSST se alivia por si só ou com nitratos, no caso do IAMCST se alivia com opiáceos ou com a reperfusão.
A dor torácica pode durar poucos minutos ou várias horas, e se pode acompanhar de transpiração profusa,de náuseas, e de “sensação de morte iminente”.
Além da dor, as síndromes coronarianas agudas podem começar com dispneia súbita ou com os esforços, quadros de insuficiência cardíaca, dor abdominal ou sintomas similares aos distúrbios digestivos.
Também podem apresentar sintomas muito ligeiros ou nenhum síntoma (infarto silente) e são diagnosticadas pro suas seqüelas em um eletrocardiograma de controlo.
Eletrocardiograma na síndrome coronariana aguda
Segundo as recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia 1:
Ante a suspeita clínica de uma síndrome coronariana aguda sempre se deve realizar um electrocardiograma de 12 derivações.
Síndrome coronariana aguda com supradesnível persistente do segmento ST (IAMCST):
Artigo relacionado: Infarto agudo com supradesnível do ST.
No electrocardiograma se observa elevação persistente do segmento ST em mais de uma derivação contígua, de forma côncava. As derivações afetadas nos poderão orientar na localização do infarto.
Também se pode produzir uma depressão do segmento ST nas derivações não afetadas (depressão recíproca).
Em caso de elevação persistente do segmento ST no eletrocardiograma se deve tomar as medidas necessárias para garantir o tratamento de reperfusão o mais rapidamente possível (fibrinólise ou angioplastia).
Mais informação em: Infarto agudo com supradesnível do ST.
Síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis sem supradesnível do ST (SIMISSST):
Artigo relacionado: Síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis sem supradesnível do ST.
O eletrocardiograma nestas síndromes coronarianas agudas é mais variado.
É frequente encontrar uma depressão do segmento ST em várias derivações contíguas. Também é frequente observar ondas T negativas acompanhando à depressão ou sem ela.
As alterações no eletrocardiograma geralmente acompanham aos sintomas e se podem encontrar ECG normais quando o paciente se encontre assintomático.
Mais informação em: Síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis sem supradesnível do ST.
Referências
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