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Alterações das Ondas e dos Intervalos


Depois de ir passo a passo, determinando o ritmo, calculando a frequência, avaliando se o intervalo PR e o intervalo QT são normais, e descartando alterações do segmento ST, só resta descrever as alterações não incluídas nas etapas anteriores.

Por exemplo, uma P pulmonale, um bloqueio de ramo, onda Q o alterações da onda T.

Para não perder nenhum detalhe, recomendamos que você siga uma metodologia simples:

Avalie onda a onda, para determinar qualquer alteração.

Parece complicado? Não é, com um pouco de experiência, você poderá determinar rapidamente se um eletrocardiograma é normal ou não.

Vamos fazer um breve resumo das alterações que podem ser encontradas. Lembre-se que os detalhes das ondas do ECG e os intervalos do ECG normais ão descritos em seus próprios artigos na secção generalidades do eletrocardiograma.

Onda P

Sobrecarga atrial direita:

Artigo relacionado: Sobrecarga atrial direita.

É caracterizada por uma onda P alta (maior que 2 mm), pontiaguda e com duração total normal (inferior a 2.5 mm), esta onda é chamada P pulmonale.

Em V1, onde a onda P é geralmente bifásica, há uma predominância da parte inicial positiva.

Mais informações em: Sobrecarga atrial direita.

Sobrecarga atrial esquerda:

Artigo relacionado: Sobrecarga atrial esquerda.

É caracterizada por um aumento da duração da onda P (maior que 2.5 mm) com um entalhe. Este entalhe dá uma morfologia que assemelha a uma "m", esta onda P é denominada “P mitrale".

Em V1, há uma predominância da parte final negativa.

Mais informações em: Sobrecarga atrial esquerda.

Sobrecarga biatrial:

É caracterizada por um aumento da duração da onda P (maior que 2,5 mm) e com maior amplitude, especialmente a sua parte inicial.

Sobrecarga Atrial

Onda P em Sobrecargas Atriais
1- Átrios normais. 2- Sobrecarga atrial direita.
3- Sobrecarga atrial esquerda. 4- Sobrecarga biatrial.

Bloqueio interatrial

Artigo relacionado: Síndrome de Bayés e os bloqueios interatriais.

O bloqueio interatrial se classifica em parcial e avançado. Em ambos bloqueios existe um aumento da duração da onda P ≥120 ms (onda P larga).

No bloqueio interatrial parcial a onda P apresenta geralmente entalhes nas derivações D1, D2, D3 e aVF; enquanto no bloqueio interatrial avançado a onda P é bifásica (positiva-negativa) nas derivações inferiores (D2, D3, aVF).

Ambos tipos de bloqueios interatriais se associam frequentemente a sobrecarga atrial esquerda.

Mais informações em: Síndrome de Bayés e os bloqueios interatriais.

Onda P ectópica:

Quando o estímulo incial se produz em algum foco atrial diferente do nó sinusal, se denomina ectopia atrial. Se estes estímulos são isolados e intercalados no ritmo sinusal, são denominados axtrassístoles atriais, se substituem ao ritmo sinusal, se produz um ritmo atrial ectópico.

As ondas P ectópicas apresentam uma morfologia diferente às ondas P sinusais, se reconhecem por ser negativas nas derivações onde a onda P sinusal é normalemente positiva (inferiores, laterais ou V2-V6). Se o foco atrial está próximo ao nó AV o intervalo PR pode estar acurtado.

Nas crianças se podem observar extrassístoles atriais frequentes e também alternância de ondas P sinusais com ondas P ectópicas (marcapasso atrial migratório), sem que seja considerado patológico (veja eletrocardiograma pediátrico).

Flutter atrial:

Artigo relacionado: Flutter atrial.

No flutter atrial desaparecem as ondas P, porque não existe atividade atrial normal. Esta esta é substituída por um circuito de macroreentrada no interior dos átrios.

Esta atividade causa as ondas típicas do flutter atrial (ondas F), também chamadas "em dente de serra", pela sua morfologia em derivações onde são negativas.

Mais informações em: Flutter atrial.

Onda Q

Artigo relacionado: A onda Q.

Uma onda Q patológica geralmente ocorre na história natural do infarto agudo com elevação do segmento ST (IAMCST), e está associada com necrose das regiões afectadas. Mas, quando uma onda Q é patológica?

Onda Q patológica

  • Nas derivações periféricas se a onda Q é superior a 2 mm de profundidade ou mais do 25% da onda R, e maior de 0.04 s de duração.
  • Se está presente nas derivações V1-V3.
  • Se nas derivações V4-V6 a onda Q é superior a 2 mm de profundidade ou mais do 15% da onda R, e maior de 0,04 s de duração 1.

Pode haver onda Q nas derivações D3 e aVL em corações normais.

Mais informações em: A onda Q.


Complexo QRS

Dentro das alterações do complexo QRS, as mais comuns são os distúrbios da condução intraventricular, tais como os bloqueios de ramo e os bloqueios divisionais esquerdos.

Bloqueio completo do ramo direito: o QRS é alargado (0.12 s ou mais), com morfologia de rSR' na derivação V1 e morfologia de qRS na derivação V6. A onda T é negativa em V1 e positiva em V6. Ler mais...

  • Bloqueio incompleto do ramo direito: a duração do complexo QRS não excede 0.12 s e presenta morfologia de rSr'.

Bloqueio completo do ramo esquerdo: o QRS é alargado (0.12 s ou mais), com morfologia de QS ou de rS na derivação V1 e morfologia de R com platô ou espessamentos na derivação V6. A onda T é negativa nas derivações V5-V6. Ler mais...

Bloqueios fasciculares ou divisionais esquerdos: a duração do complexo QRS é normal. Sua característica principal no ECG é o desvio importante do eixo elétrico. Para a esquerda no bloqueio fascicular anterior, e para a direita no bloqueio fascicular posterior.


Onda T

Cardiopatia isquêmica:

Infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST):

  • No início, aparece uma onda T apiculada e simétrica, especialmente nos corações previamente saudáveis.
  • A onda T torna-se negativa pouco depois de aparecer a onda Q, coincidindo com a normalização do segmento ST.
  • Em alguns pacientes, a onda T permanece negativa após meses de um infarto agudo do miocárdio, geralmente nas mesmas derivações que as ondas Q.

Síndrome isquêmica miocárdica instável sem supradesnível do segmento ST (SIMISSST):

  • A presença de onda T negativa em mais de uma derivação contígua deve ser considerado um sinal de doença isquêmica do coração.
  • Pode aparecer uma onda T negativa durante o teste de esforço que acompanha a depressão do segmento ST.

Outras causas de onda T alta: 1

Outras causas de onda T negativas:

Referências

  • 1. Bayés de Luna A, Fiol-Sala M. La electrocardiografía de la cardiopatía isquémica. Correlaciones clínica y de imagen e implicaciones pronosticas. Barcelona: Publicaciones Permanyer ; 2012.

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