Como ler e interpretar um eletrocardiograma
Primeiro: Tenha certeza de que o ECG é bem feito.
Observe os valores de velocidade e a amplitude do papel, em um ECG normal, a velocidade é de 25 mm/s, e a amplitude é de 1 mV por 10 mm (ver papel do eletrocardiograma). É necessário que as 12 derivações do eletrocardiograma se observem e que o ECG não tenha muitos artefatos, porque podem dificultar a sua leitura.
Se não for esse o caso, o electrocardiograma deve ser realizado de novo, se possível.
Assumimos que o ECG é bem feito, então começamos a lê-lo.
Nós recomendamos seguir sempre a mesma sequência, para não perder nada.
Sequência para ler e interpretar um ECG
Frequência cardíaca:
Em todo eletrocardiograma é necessário determinar a frequência cardíaca. No artigo calcular a frequência cardíaca explicamos como calculá-la. Temos também uma calculadora de frequência cardíaca para facilitar o seu trabalho.
Ritmo cardíaco:
O próximo passo consiste em analisar se os complexos QRS são regulares. Mas, como saber isso?, simples, verifique se os intevalos RR (a distância entre dois QRS) são semelhantes, em caso de dúvida, você pode usar um compasso ou uma régua.
Depois, é preciso avaliar se o ECG está em ritmo sinusal. Para isso, é preciso determinar se cada ciclo cardíaco tem uma onda P gerada pelo nó sinusal (veija ritmo sinusal) e sempre seguida por um complexo QRS.
Se estas condições se cumprem, podemos dizer que o eletrocardiograma é rítmico e em ritmo sinusal (veija ritmo cardíaco).
Intervalo PR:
O intervalo PR (normal entre 0,12 s e 0,20 s) se deve medir desde o início da onda P até ao início do complexo QRS.
O prolongamento do intervalo PR permite diagnósticar um bloqueio AV de primeiro grau. Um intervalo PR curto permite diagnósticar uma síndrome de Wolff-Parkinson-White (veija intervalo PR).
Intervalo QT:
O intervalo QT se deve medir desde o início do complexo QRS até o final da onda T.
O intervalo QT varia dependendo da frequência cardíaca, portanto, deve ser ajustado em relação à FC. O intervalo QT corrigido ou QTc é normal entre 350 ms e 450 ms (veija intervalo QT).
Eixo elétrico:
Um dos passos na análise do eletrocardiograma mais difícil de aprender. Uma maneira segura e fácil de saber se é normal, é quando D1 e aVF são positivas (leer mais em cálculo do eixo elétrico).
Alterações do segmento ST:
Agora devemos avaliar o segmento ST. Essa linha temida que nos informa da presença de cardiopatia isquêmica.
O segmento ST, é medido desde o final do complexo QRS até o início da onda T. Deve ser isoelétrico, para ter certeza, deve ser comparado com o segmento PR ou segmento TP anterior (veija alterações do segmento ST).
Analisar todas as ondas e intervalos:
Para finalizar a análise deve avaliar cada uma das ondas e intervalos do eletrocardiograma que anteriormente não estudámos. Por exemplo, um bloqueio de ramo, anormalidades da onda P, ou anomalias da onda T (veija alterações de ondas e intervalos).