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Avaliação do Segmento ST


Segmento ST normal

O segmento ST, em condições normais, é isoeléctrico. Embora pode ter pequenas variações menores de 0,5 mm.

Para avaliar o seu deslocamento é usado como uma referência no segmento TP anterior (desde o final da onda T até ao início da onda P). Se o TP não é isoelétrico, deve ser comparado com o segmento PR prévio (ver diferenças entre intervalo e segmento).

Supradesnível ou infradesnível do segmento ST dentro da normalidade

Em alguns casos se pode ver variações no segmento ST sem implicar alteração cardíaca.

Elevação do ST dentro da normalidade:

Uma ligeira elevação do ST (1 a 1.5 mm), ligeiramente convexa, com morfologia normal, em precordiais direitas, pode ser observada em pessoas saudáveis.

Na vagotonia e a repolarização precoce, se pode observar um supradesnível do ST (1 a 3 mm), convexo, especialmente em derivações precordiais.

Depressão do ST dentro da normalidade:

Durante o exercício, pode aparecer um infradesnível do segmento ST. Este descenso apresenta pendente crescente (ascensão final rápida, cruzando a linha isoeléctrica rapidamente).

Alterações do ST na cardiopatia isquêmica

A síndrome coronáriana aguda é a causa mais comum de alterações do segmento ST.

Quando uma região do coração sofre isquemia persistente, se gera uma imagem de lesão no ECG, produzindo variação do segmento ST, já seja uma elevação ou um descenso do mesmo, dependendo do grau de oclusión da artéria coronária.

Elevação do segmento ST na cardiopatia isquêmica

A elevação aguda do segmento ST no electrocardiograma, é um dos primeiros sinais de infarto agudo do miocárdio, e está geralmente associada com a oclusión aguda e completa de uma artéria coronária.

Para diagnosticar um infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST), o supradesnível do segmento ST deve ser persistente, e pelo menos, em duas derivações contíguas.

Elevação do Segmento ST no Infarto Agudo

Derivação do eletrocardiograma com elevação do segmento ST

Depressão do segmento ST na cardiopatia isquêmica

A depressão do segmento ST de forma aguda, é um sinal de lesão miocárdica, igual que a elevação.

Uma depressão do segmento ST >0,5 mm em duas ou mais derivações contíguas sugere a existência de uma síndrome isquêmica miocárdica Instável sem supradesnível do segmento ST (SIMISSST), que geralmente se correlaciona com uma oclusión incompleta de uma artéria coronária.

O infradesnível do ST pode ser transitório (na angina) ou persistente (no Infarto sem elevação do ST). Tambén aparece como imagem recíproca ou "em espelho" nas derivações não afetadas por um infarto com elevação do segmento ST.

Depressão do Segmento ST na síndrome coronária aguda

Derivação do eletrocardiograma com depressão do segmento ST

Depressão do segmento ST recíproca ou “em espelho”

Em um infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST), no mesmo eletrocardiograma pode mostrar derivações com supradesnível do ST e derivações com infradesnível do segmento ST. Isso é chamado imagens recíprocas.

As derivações onde a depressão do ST é observada, são derivações não afetadas pela oclusão coronária, só reproduzem a elevação ST das outras derivações, como se estivessem na frente de um espelho. Daí o nome de “imagens em espelho”.

Importante destacar que em um eletrocardiograma com derivações com elevação e infradesnivelamento do segmento ST, são as derivações com elevação as que refletem o dano miocárdico, portanto, são as que determinam a localização e a extensão do infarto.

Elevação do segmento ST em D2 e Depressão em espelho em D1

Elevação do segmento ST em derivações inferiores (D2) e depressão "em espelho" do ST em derivações laterais (D1)

Outras causas de elevação do segmento ST

  • Repolarização precoce: elevação do ST côncava com onda J ou slurring o final do QRS (veja repolarização precoce).
  • Pericardite aguda: em sua fase inicial, pode ter uma elevação côncava do ST em quase todos as derivações (exceto aVR), com a depressão do segmento PR (veja pericardite aguda).
  • Hipercalemia: normalmente a elevação é leve e é acompanhada por uma onda T apiculada (veja hipercalemia).
  • Aneurisma ventricular: elevação do segmento ST que persiste semanas depois de um infarto do miocárdio.
  • Secundária a alterações na repolarização:
  • Hipotermia.
  • Síndrome de Brugada: elevação do ST nas derivações V1-V3, superior a 2 mm (excepto no padrão tipo 3) com uma morfologia característica (veja síndrome de Brugada).

Outras causas de depressão do segmento ST

  • Impregnação digitálica: depressão do ST de forma côncava, chamada "em colher de pedreiro" ou "em bigode de Salvador Dalí" (veja digoxina e EKG).
  • Hipocalemia: na hipocalemia moderada ou severa se produz um infradesnivelamento do segmento ST acompanhado de uma onda T isoelétrica ou invertida e um aumento de amplitude da onda U (veja hipocalemia).
  • Hipertrofia ventricular esquerda: é frequente encontrar depressão do ST assimétrica, com uma descendência inicial lenta e ondas T negativas nas derivações laterales (veja hipertrofia ventricular esquerda).
  • Prolapso mitral: o ECG normalmente é normal, mas pode existir infradesnivelamento do ST e ondas T negativas em derivações inferiores.
  • Durante ou após uma taquicardia paroxística: pode aparecer uma depressão do segmento ST e ondas T negativas que corrigem na maioria dos casos ao cessar a taquicardia.
  • Secundária a alterações na repolarização:
  • Esforço dísico: durante a ergometria pode aparecer uma depressão do segmento ST com morfologia ascendente, sendo este um achado normal. Também se podem observar falsos positivos (depressão do ST com morfologia horizontal ou descendente) sobretudo em mulheres e em pacientes idosos sem doença coronariana ao realizar uma angiografia.

Esperamos que você gostou deste artigo sobre alterações do segmento ST. Se você clica em próximo, vamos explicar mais detalhadamente as Principais alterações das dndas e os intervalos.

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