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Derivações do Eletrocardiograma


No eletrocardiograma (ECG), as derivações são o registro da diferença de potencial elétrico entre dois pontos. Nas derivações bipolares são a diferença entre dois eletrodos, e nas derivações monpoloares a diferença entre entre um ponto virtual e um eletrodo.

É importante saber que as derivações não devem ser analisadas separadamente, se não em todo o conjunto do eletrocardiograma, pois cada derivação é uma visão diferente da mesma estimulação elétrica.

Simile do ônibus:

Imagine um ônibus colocado no meio de um edifício industrial. Este edifício tem 12 janelas, através das quais as pessoas de fora podem ver o ônibus.

Se tirássemos uma foto do ônibus desde cada janela, teríamos 12 imagens diferentes, mas todas do mesmo ônibus.

Algo semelhante são as derivações do eletrocardiograma. Cada derivação é uma "imagem" diferente da actividade eléctrica do coração.

Dependendo do plano elétrico do coração que registrem, temos as derivações periféricas (plano frontal) e as derivações precordiais (horizontal).

Derivações periféricas

Se denominam derivações periféricas as derivações do ECG obtidas a partir dos eletrodos colocados nos membros.

Estas derivações fornecem dados eletrocardiográficos do plano frontal (não proporcionam dados sobre potenciales dirigidos para a frente ou para trás).

Existem dois tipos de derivações periféricas: as derivações bipolares, ou de Einthoven, e as derivações unipolares aumentadas.

Derivações bipolares do eletrocardiograma

Derivações Periféricas do Eletrocardiograma

Derivações periféricas e triângulo de Einthoven.

São as derivações clássicas do eletrocardiograma, descritas por Einthoven. Registram a diferença de potencial entre dois eletrodos localizados em diferentes membros.

  • D1: diferença de potencial entre o braço direito e o braço esquerdo. O vector é em direcção de 0º
  • D2: diferença de potencial entre o braço direito e a perna esquerda. O vector é em direcção de 60º.
  • D3: diferença de potencial entre o braço esquerdo e a perna esquerda. O vector é em direcção de 120º.

Triângulo e lei de Einthoven: As três derivações bipolares formam o triângulo de Einthoven (inventor do eletrocardiograma). Estas derivações mantêm uma proporção matemática refletida na lei de Einthoven, que diz: D2=D1+D3.

Esta lei é muito útil na interpretação de um eletrocardiograma. Permite determinar se os eletrodos periféricos estão correctamente posicionados, porque, se a posição de um eletrodo é variada, esta lei não se cumpre, deixando-nos saber que o ECG é mal feito.

Derivações unipolares aumentadas

As derivações periféricas unipolares, registram a diferença de potencial entre um ponto teórico no centro do triângulo de Einthoven, com um valor de 0, e os eletrodos em cada extremidade.

Estas derivações, inicialmente, foram denominadas VR, VL e VF. A letra V significa Vector, e as letras R, L, F significam direita, esquerda e pé (em inglês). Posteriormente foi adicionada a letra a minúscula, que significa amplificada (as derivações unipolares atuais são amplificados com relação ao inicial).

  • aVR: potencial absoluto do braço direito. O vector é em direcção de -150º.
  • aVL: potencial absoluto do braço esquerdo. O vector é em direcção de -30º.
  • aVF: potencial absoluto da perna esquerda. O vector é em direcção de 90º.

Derivações precordiais ou derivações do plano horizontal

Derivações e Eletrodos Precordiais do ECG

Derivações precordiais e seus respectivos eletrodos

As derivações precordiais do eletrocardiograma são seis, e são denominadas com uma letra V maiúscula e um número de 1 a 6.

São derivações unipolares e registram o potencial do ponto em que o eletrodo de mesmo nome é posicionado.

São as melhores derivações do ECG para determinar alterações do ventrículo esquerdo, especialmente das paredes anterior e posterior.

No eletrocardiograma normal os complexos QRS são predominantemente negativos nas derivações V1 e V2 (morfologia rS) e predominantemente positivo nas derivações V4, V5, e V6 (morfologia Rs).

Derivações precordiais

  • V1: esta derivação do eletrocardiogra registra os potenciais dos átrios, de uma parte do septo interventricular e da parede anterior do ventrículo direito. O complexo QRS tem uma pequena onda R (despolarização do septo interventricular), seguido por uma onda S profunda, ver morfologia do complexo QRS.
  • V2: esta derivação precordial está acima da parede do ventrículo direito, por conseguinte, a onda R é ligeiramente maior do que em V1, seguida por uma onda S profunda (activação do ventrículo esquerdo).
  • V3: derivação de transição entre os potenciais esquerdos e direitos do ECG. O eletrodo é localizado sobre o septo interventricular. A onda R e a onda S são praticamente iguais (QRS isodifásico).
  • V4: o eletrodo desta derivação está localizado no ápice do ventrículo esquerdo, onde a espessura é maior. Tem uma onda R alta seguida por uma onda S pequena (ativação do ventrículo direito).
  • V5 e V6: estas derivações estão localizadas no miocárdio ventricular esquerdo, cuja espessura é menor do que em V4. Por conseguinte, a onda R é menor do que em V4, embora é alta. A onda R é precedida de uma onda q pequena (despolarização do septo).

Outras derivações do eletrocardiograma

Artigo relacionado: Derivações direitas e derivações posteriores.

Em pacientes com uma síndrome coronariana aguda com suspeita de infarto posterior ou de ventrículo direito é aconselhável colocar os eletrodos do eletrocardiograma em posições incomuns.

No caso de suspeita de infarto posterior, devem ser colocados três eletrodos nas costas para obter as derivações posteriores.

Quando existem dados de afetação do ventrículo direito devem ser colocados os eletrodos precordiais no lado direito, para obter as derivações direitas.

Tambén quando o paciente apresenta dextrocardia ou situs inversus, se devem colocar os eletrodos no lado direito.

Mais informações em: Derivações direitas e derivações posteriores.


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